Tipos de Disjuntores: quais são e como escolher

Tipos de disjuntores

Quem trabalha com construções e reformas sabe que as instalações elétricas são fundamentais para o funcionamento e sucesso de um imóvel. Dentro deste vasto tema, há um que merece bastante atenção: os tipos de disjuntores.

Os disjuntores são acessórios essenciais em qualquer tipo de projeto, por isso, você deve conhecer os principais modelos e as suas funcionalidades.

Dentro da instalação elétrica, existem três pilares que precisam ser seguidos: segurança, praticidade e funcionalidade. Toda e qualquer ação tem que ser planejada em cima dessa tríade.

Então, para te ajudar no seu projeto, preparamos um material completo sobre os variados tipos de disjuntores explicando melhor sobre informações técnicas, cuidados, importância e muito mais.

Boa leitura!

Leia também: Tipos de Tomadas mais utilizadas e como escolher.

O que é disjuntor

Afinal, o que é um disjuntor?

Trata-se de um dispositivo eletromecânico que opera na proteção de instalações elétricas e funciona da seguinte forma: quando a corrente elétrica que passa por ele ultrapassa o seu valor nominal, o disjuntor interrompe o circuito bloqueando o fornecimento de energia para as cargas do circuito. Essa ação evita que cargas do circuito e o próprio circuito se danifiquem.

Explicando melhor: o disjuntor funciona basicamente como um interruptor automático, pois assim que ele identifica um valor de corrente elétrica no qual foi projetado para acionar, ele abre o circuito em que foi instalado.

Dessa forma, o disjuntor será ativado todas as vezes em que houver pico de corrente, sobrecarga e curto-circuito.

Entretanto, vale ressaltar que para esse funcionamento correto é fundamental realizar o dimensionamento adequado do circuito e dos componentes.

Para que serve o disjuntor

Para que serve os tipos de disjuntores

Como vimos acima, os disjuntores são acessórios obrigatórios em qualquer instalação elétrica, uma vez que protegem as instalações de danos provocados por problemas como sobrecarga; curto-circuito; queima de aparelhos eletrônicos e até mesmo incêndios, provenientes do sobreaquecimento do circuito ocasionado por sobrecarga (quando passa uma corrente maior do que o condutor foi dimensionado).

No mercado, você encontra um modelo indicado para cada aplicação, levando em consideração pontos como a corrente que a rede receberá e as especificidades de cada instalação.

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Quais são os tipos de disjuntores?

Há diferentes tipos de disjuntores, mas todos possuem o mesmo princípio de funcionamento e finalidade: proteção dos circuitos elétricos.

As variações deste item devem-se às suas curvas características e local de aplicação. Isso é definido de acordo com a carga e circuitos que estão sendo alimentados e se o circuito é monofásico, bifásico ou trifásico.

Veja abaixo os modelos de disjuntores e suas diferenças:

Disjuntor térmico

O disjuntor térmico conta com um disparador que, no momento em que a estrutura interna aquece demais, uma lâmina bimetálica se encurva (devido ao efeito da temperatura) e desativa o circuito.

Esse tipo de disjuntor é bastante utilizado como precaução contra incêndios.

Disjuntor magnético

Já o disjuntor magnético conta com um funcionamento diferente: quando uma grande corrente elétrica passa pela bobina interna, o campo magnético atrai um pistão metálico para dentro de si e desarma o disjuntor.

Destacamos que o disjuntor magnético apresenta uma precisão maior para detectar o valor da corrente elétrica.

Disjuntor termomagnético

Como o nome indica, o disjuntor termomagnético une as duas estruturas de desarmamento citadas anteriormente: a térmica e a magnética. Portanto, ele acaba sendo o mais completo e seguro para muitas das instalações.

Atualmente, é o modelo mais utilizado nas instalações residenciais e comerciais.

Número de polos

Quando falamos sobre os tipos de disjuntores, outro ponto extremamente relevante é saber se o dispositivo é monopolar, bipolar ou tripolar. Assim como o nome indica, cada tipo determina a quantidade de polos que o aparelho possui.

Dessa forma, eles são indicados para instalações elétricas com uma, duas ou três fases.

  • Disjuntor monopolarrecomendado para instalação em circuitos de iluminação e tomadas em sistemas monofásicos;
  • Disjuntor bipolar: esse tipo de disjuntor é indicado para circuitos bifásicos, como os o que contam com chuveiros, torneiras elétricas ou equipamentos de maior potência;
  • Disjuntor tripolar: modelo usado em circuitos com motores elétricos trifásicos.

Curva de atuação dos disjuntores

Além da classificação mencionada acima, os disjuntores também são divididos pela curva de atuação: curva B, C e D.

Isso determina o uso que será feito de cada um e as cargas elétricas em que estarão ligados.

  • Curva B: nesse tipo de disjuntor, a corrente necessária para que o circuito opere deve ser, em média, de 3 a 5 vezes maior que a sua corrente nominal. Sendo assim, um disjuntor de curva B de 10a, por exemplo, precisa operar quando a corrente alcançar um valor entre 30 a 50 amperes.
  • Curva Cpor outro lado, o disjuntor curva C atua quando a corrente elétrica é de 5 a 10 vezes maior que a sua nominal. Ou seja, esse modelo de 10a funciona com uma corrente de 50 a 100 amperes.
  • Curva D: em média, o disjuntor curva D funciona com uma corrente 10 a 20 vezes maior que a sua corrente nominal. Seguindo os mesmos exemplos anteriores, ele opera com um circuito de 100 a 200 amperes.

Informação importante: hoje em dia, diante das características das instalações atuais, praticamente só usamos os disjuntores Curva C.

Modelos mais utilizados

Tipos de disjuntores mais utilizados

Para te auxiliar no seu projeto elétrico, separamos os modelos mais utilizados e as suas principais características.

Mini disjuntor DIN e NEMA

Muito aproveitados em instalações elétricas residenciais, o Mini Disjuntor DIN e o Disjuntor NEMA oferecem proteção termomagnética para sobrecarga e curto-circuito.

A diferença entre os dois modelos reside na norma que eles atendem. Enquanto o Mini Disjuntor DIN atende à norma Deutsches Institut für Normung (DIN), que representa regulamentos do comércio, indústria, ciência e instituições públicas ligadas ao desenvolvimento de produtos alemães.

Já o disjuntor NEMA atende à norma da National Electrical Manufacturers Association (NEMA), órgão regulador localizado nos Estados Unidos.

De qualquer forma, ressaltamos que ambos os produtos são efetivos na hora de proteger as instalações elétricas, porém atualmente no Brasil são utilizados os disjuntores DIN.

Os disjuntores NEMA são encontrados em instalações antigas e na maioria das vezes necessitam de uma atualização. Por exemplo, 50 anos atrás tínhamos uma quantidade menor de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, atualmente, temos uma infinidade de dispositivos que podem acessar essa mesma rede que foi dimensionada 50 anos atrás. No entanto, para isso, a manutenção é essencial!

DDR (Disjuntor Diferencial Residual)

O disjuntor diferencial residual (DDR) não é tão conhecido por eletricistas, mas são extremamente eficientes.

Além das proteções contra sobrecarga e curto-circuito, o DDR também conta com proteção contra fuga de corrente elétrica, uma vez que possui um DR integrado.

Por que essa proteção contra fuga de corrente é tão importante? Simples: ela ajuda a proteger as pessoas contra choques elétricos, sendo acionado por fuga de corrente a partir de um valor mínimo de corrente de fuga.

Caixa moldada

A caixa moldada é um tipo de disjuntor mais robusto que tem a princípio as mesmas proteção dos minidisjuntores, porém, eles são capazes de suportar curtos-circuitos mais fortes.

Alguns modelos desse disjuntor possuem regulagens que permitem mudanças em configurações como corrente nominal, tempo de abertura, entre outras. Além disso, é possível também acrescentar acessórios, por exemplo, bobinas de disparo.

Disjuntor motor

Utilizado na proteção de motores elétricos, o disjuntor motor protege contra sobrecarga e curto-circuito, mas em níveis apropriados para um motor elétrico – que difere de outros circuitos e cargas elétricas.

Esse modelo tem uma curva de disparo específica e muito distinta dos mini disjuntores do tipo DIN, por exemplo. Em média, a partida de motores exige 8 a 15 vezes da corrente nominal de funcionamento. Ou seja, um mini disjuntor desarmará toda vez que o motor partisse.

Mais uma vantagem do disjuntor motor é a regulagem da corrente elétrica nominal de funcionamento do motor, já que ele tem um disco seletor onde é possível regular a corrente para garantir uma boa proteção ao motor elétrico.

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Qual disjuntor utilizar em residência?

Quais tipos de disjuntor utilizar na residência

Depois de conhecer melhor os tipos de disjuntores, chegamos em um ponto comum de dúvida: qual o disjuntor ideal para residência?

A dificuldade de definir o disjuntor geral no quadro de distribuição de circuitos é um problema que pode surgir com profissionais da área, levando-os a usarem disjuntores de mesmo valor que o do padrão de entrada.

Essa medida não é recomendada, uma vez que é essencial fazer os cálculos para dimensionar o disjuntor geral.

Não se preocupe, pois esse cálculo é bem simples e com apenas uma calculadora você já consegue essa resposta. Além disso, as concessionárias passam tabelas de fator de acordo com as suas normas de distribuição.

Como mostramos, existem muitos tipos de disjuntores, sendo assim, saiba exatamente quais os tipos de cargas que serão ligadas nos dispositivos de proteção.

Depois disso, será possível determinar qual a corrente nominal e a curva de disparo do disjuntor, por exemplo.

Tomadas de Uso Geral (TUG)

Uma boa opção para residência são as tomadas de uso geral (TUG).

Elas são destinadas a ligações de mais de um equipamento (não simultaneamente) e nas quais a corrente de consumo não seja superior a 10a.

Bons exemplos são as tomadas para liquidificador, ventilador, ferro de passar, televisão, etc.

Circuito de Iluminação

O circuito de iluminação corresponde aos pontos de luz e tomadas, alimentados pelos mesmos condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção.

Todos os circuitos iniciam-se no QDC (quadro de distribuição de circuitos) e finalizam nos pontos de tomadas, iluminação e as demais cargas.

Tomadas de Uso Específico (TUE)

As tomadas de uso específico (TUE) são usadas para alimentar, de modo exclusivo, equipamentos com corrente nominal superior a 10A, como torneiras elétricas, lavadora de louças, ar condicionado, micro-ondas, geladeira etc.

Outros itens obrigatórios de acordo com a NBR 5410

A NBR-5410 estipula as condições ideais para o funcionamento seguro das instalações elétricas de baixa tensão, sendo aplicada principalmente em instalações prediais, comerciais, públicas, entre outras.

Além do uso de disjuntor, essa norma também determina o outros itens obrigatórios:

DR (Dispositivo Diferencial Residual)

O dispositivo diferencial residual (DR) é o aparelho de segurança usado para detectar pequenas fugas de corrente em circuitos elétricos. Ele aciona o desligamento da alimentação e evita possíveis acidentes.

Essas fugas ocorrem por variados motivos, como toque acidental, fios desencapados, uso de equipamentos elétricos em áreas molhadas, etc.

DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos)

Já o dispositivo de proteção contra surtos (DPS) é um item utilizado para proteção contra surtos elétricos, sendo essencial para evitar que equipamentos elétricos e eletrônicos queimem.

Há três classes de DPS, mas o princípio de funcionamento de todos eles é basicamente o mesmo: a proteção contra surto funciona a partir da interação entre os seus componentes e materiais internos.

Conclusão

Ao longo desse conteúdo, você conheceu melhor os diferentes tipos de disjuntores, ideais para aumentar a segurança nas instalações elétricas e garantir a entrega de um projeto impecável.

Aproveite as nossas dicas e fuja de dores de cabeça na hora de finalizar a sua reforma.

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Autores

  • Victor Fruges

    https://br.linkedin.com/in/victor-leonardo-fruges-neto-9b118126
  • Marco Lima

    Jornalista com ampla experiência em Marketing Digital com foco em conteúdo para web. Atua desde 2021 na produção de artigos para o blog da Obramax em conjunto com especialistas técnicos no segmento da Construção Civil.